Curta

The Lost Mariner

Vando Campos

Vando Campos

·2 min de leitura

Afinal, quem somos nós se perdermos o nosso passado e o nosso espaço no tempo?

"A memória é a nossa coerência, é a razão, as ações, os sentimentos. Sem ela, não somos nada." Assim é o filme de Tess Martin, “The Lost Mariner”. E é com esta citação do mestre da vanguarda surrealista Luis Buñuel, que melhor conseguimos resumir e encapsular tudo o que esta maravilhosa curta-metragem tem para nos dizer. Baseada no trabalho literário do neurologista Oliver Sacks com o título “The Man Who Mistook His Wife for a Hat”, sobre pacientes com distúrbios mentais muito particulares, Tess Martin centra-se numa dessas histórias para dar-nos uma lição da importância da memória e do nosso passado, pois estes dão relevância à vida. Exibida em mais de 30 festivais, venceu em 2015 o Underexposed Film Festival, o Snake Alley Film Festival, o American Documentary Film Festival e o Seattle Shorts Film Festival. É de destacar com grande louvor a técnica de animação usada neste filme. Recortes de fotografias animadas em stop-motion de forma irrepreensível. Não só é visualmente apelativo, como visualmente metafórico visto a fotografia ser o elemento fisico com maior relação directa com o passado e a memória. Também os recortes de fotos claramente destacados da realidade podem ser considerados alusivos à mente do paciente e a sua memória fugaz, como que um marinheiro perdido em alto mar.